sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

XXY


“XXY” não é um filme que dedica a explorar o lado mórbido e sensacionalista da inter-sexualidade. O hermafroditismo da jovem protagonista é o pivô de reflexões sobre algo que esta muito além e mais profundo: a liberdade de escolha.

Não é recomendado para os que buscam um melodrama tipo “O Filho da Noiva” ou que assistam somente pelo carisma de Darín, muito menos aos que queiram um final perfeito, já que o filme deixa interrogações e desnuda preconceitos à flor da pele, provocando sentimentos cruzados.

Basicamente é um relato sobre a iniciação adolescente, o descobrimento do corpo, a exploração caótica da sexualidade e fundamentalmente, a busca da própria identidade.

O filme tem o mérito te colocar em cena sem pudor, esquivando da simplicidade e ainda que a historia deixa seus protagonistas principais no inicio do caminho (antes fechado e agora aberto), reina a incerteza e deixa muitos cabos soltos.

Mais alem do final aberto que propõe, deixa sempre uma sensação de nobre sutileza e consegue impor a credibilidade necessária ao filme, apoiando-se numa fotografia e uma trilha sonora adequada.

Com poucas palavras e gestos medidos, a atuação dos jovens se impõe; Darín faz o correto e o resto dos atores não faz por menos.

RAZÕES PARA VER-LA

-Seus ambientes cinzas, azulados, esverdeados e escuros; paisagens impossíveis de esquecer. Uruguai no seu estado mais puro.

-Valeria Betuccelli, que espero, siga o caminho de Julieta Cardinali, China Zorrilla ou Norma Aleandro.

-A direção de atores de Lucia Puenzo é extraordinária.


Nota 8

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