sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Juno







Pedagogia social que esta escassa e repressões à parte. Pedagogia da boa, de uma historia de adolescente divertidíssima e simplesmente genial, precisamente pelo segundo advérbio, já que a historia é contada com absoluta naturalidade. Uma historia diferente, na qual o engenhoso e a sabedoria reinam em todas as tomadas.

Fascinante comunicação emocional que sobressai o argumento, entre a filha protagonista, seu pai e a madrasta, razão básica do desenvolvimento avançado dessa adolescente ‘viking’.

Esse novo filme de Jason Reitman, que debutou no corrosivo “Obrigado Por Fumar”, nos surpreende por desprender ternura por todos os lados. Uma ternura sem meleiras, uma perigosa fronteira que nunca chegara a cruzar devido as justas doses de ironia de um inteligente senso de humor.

A interpretação de Ellen Page é magnífica, tecendo um papel que por si só já é excepcional. Difícil crer que uma garota de 16 anos alcance tamanho grau de sabedoria, ainda que talvez isso seja por sua gravidez prematura. De fato ela seria uma excelente mãe na mesma altura que a Jennifer Garner (que na cena do shopping faz a nossos corações se rasgarem e as lagrimas descerem pela sua interpretação perfeita).

Seja como for, o crescimento pessoal e obrigatório de Juno, lhe da uma visão muito clara de quem merece a pena e quem não.

Talvez Juno não se encaixe no que entendemos como um grande filme, mas sem duvida o é, sendo um filme redondo. O roteiro de Diablo Cody não pretende inventar a roda, mas se conforma (e não é pouco) em dar uma estimulante tapa nos melodramas e comedias adolescentes com suas gravidez não desejadas como ponto central da trama. O roteirista doge do obvio acudindo a ironia e a naturalidade (que aqui não é sinônimo de frivolidade) para contar a historia da protagonista e o faz com brilhantismo, inteligência, com um humor fresco e um cuidado especial na construção de personagens que nos mostra um especial carinho dotando-lhes de brilhantes diálogos e envolvendo ótimas situações, sem esquecer se abordar sentimentos e dilemas vitais.

Imperdível como as duas outras melhores comedias de 2007 (Superbad e Ligeiramente Grávidos) e nossa que trilha sonora de tirar o fôlego.


O melhor - como ser indie sem ser chato;

O pior - curto demais por ser tão bom.

ps. Adoro ser primo de superstar de Hollywood.


Nota 10

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