quarta-feira, 5 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)


Essa é a historia que o bom Burton queria montar com a obra-prima do escritor e matemático Lewis Carroll, algo radicalmente contrário a tudo que nos quis relatar o escritor em seu conto fantástico, o qual poderia ser entendido de várias maneiras: um conto fantástico repleto de estranha imaginação quase surreal, um relato crítico sócio-político ou um entretenimento imaginativo sobre a lógica, física, psicologia e filosofia.
Penas que Burton quis fazer o filme sem aquilo tudo que dava encanto a história.

O diretor não quis colocar uma conotação única moderadamente inteligente, engraçada ou surreal que era o romance de Carroll, convertendo essa adaptação no produto ‘róliudiano’: um pouco de ‘As Crônicas de Nárnia’, ‘Harry Potter’, ‘O Labirinto do Fauno’ e ‘O Senhor dos Anéis’. Pronto. Temos todo o necessário para o produto de entretenimento. Basta somente à estética burtoniana? Isso não faz um bom filme, mesmo remotamente.

Quando Coppola fez sua versão pessoal de ‘Drácula’ não deturpou o livro de Bram Stoker, mas deu um sentido romântico sem eliminar o encanto da historia e os personagens. È igual o filme ao livro? Não. Porém a versão que Coppola deu a Drácula foi magnífica e muito bem realizada. Em Alice não acontece nada disso. Uma pena que Burton quis fazer um produto a sua imagem e semelhança, ou seja, copiando a si mesmo sem a menor surpresa em um ápice e fazendo o publico acreditar que ‘Alice’ é isso, um filme superficial de ritmo irregular que em alguns momentos entendia e em outros momentos é melhor dormir.

Dos personagens melhor nem falar, a protagonista falta carisma e não tem nada a ver com a Alice que conhecemos em alguns momentos ela é até odiosa. Seu personagem não se estende, os secundários são horríveis, é como se Alice retornasse ao País das Maravilhas, fizesse um passeio e encontrara com cada um dos personagens e dissesse: ‘ E ai véi, que tem feito de bom? Vou ali visitar o Chapeleiro pra ver o que me diz. Venha’.

Onde esta a conversa surreal da lagarta com Alice? Onde esta a festa do chá? O meu não aniversário? Isso é o original ou a sequência? Por que ter o nome original se não tem nada a ver com ele?

Recomendado para os fãs de Burton que querem seguir causando com sua reconhecível estética ‘dark’ e não tenham lido o livro. Os outros? Fujam enquanto podem.

Nota 4

Uma Noite Fora de Série (Date Night)


‘Uma Noite Fora de Série’ não é uma comédia barata. Por quê? Porque tem algo que não existe nas ultimas comédias, um bom roteiro. Isso soa familiar? Diria
que é o mais importante em um filme. E aqui temos atuações que são dignas do roteiro. As principais são dos grandes da comédia atual: Steve Carell e Tina Fey. O primeiro reluz em todas as comédias que faz, brilha em The Office e é um grande comediante, principalmente com a comédia física, sem cai no ridículo como Jim Carrey. A segunda é a pequena grande Tina, uma grande atriz de comédias, ela sabe tudo e não poderia ter melhor escolha.

Temos também secundários de luxo: Mark Wahlberg, com um papel que transborda testosterona, se sai bem e te faz rir (e desejar). James Franco xingando até as vacas e sendo um grande momento do filme. Taraji P. Henson esta um pouco desiludida já que não tem muita atenção, mas cumpre como deve o papel.

As cenas dos carros colados e a pole dance merecem ser vista.

Não me estranha que muitos não gostem, já que é um humor bem ao estilo Saturday Night Live, sofisticadamente perverso

Desculpe, se não falo mais sobre o filme, mas a verdade é que esta diante de uma grande comédia.

Nota 8