segunda-feira, 31 de março de 2008

Freaks


Provavelmente a única obra prima do amante do grotesco e da mutilação Tod Browning que junto a Dracula com Bela Lugosi é seu filme mais conhecido.

Com somente 16 anos Browning fugiu de casa e se uniu a uma feira com fenômenos humanos cheio de deformações. A partir da experiência com eles, criou um dos dramas mais inquietantes e perturbador da historia do cinema. Nele, os ‘monstros’ não são frutos de maquiagem e de efeitos especiais, eles são autênticos. Em “Freaks”, o sentimento de pertencer a uma comunidade, minimiza o sofrimento da natureza deformada dessas pessoas, que se unem solidariamente quando um deles sofre uma agressão. O grande trunfo do diretor é não cair na condescendência fácil de converte-los em vitimas inocentes e tampouco em mostrar-los como monstros e sim como são como são, simplesmente humanos. Chama atenção a insegurança (exteriorizada através da maldade) dos personagens ‘normais’, inclusive sendo bem parecidos, enquanto os ‘anormais’, aceitando suas limitações se adaptaram a elas.

Rodada em um tom documental, que se nota nas seqüências que mostram a cenas da vida cotidiana dos ‘freaks’. Amante do ilusionismo, Browning nos deleita com alguns deliciosos truques de câmera que nos fazem sorrir ao percebermos o engano, mas, que encaixam perfeitamente com todo o ambiente do filme, pois nela, quase sempre as aparências enganam.

Frente ao seu tempo Browning nos deixou uma obra tão inesquecível como única, onde os monstros, não são quem pensamos.

É difícil crer que esse filme seja ma Metro, soberana dos estúdios cinematográficos dos anos de ouro, que com linha conservadora e amável dirigida para toda família, não era o veiculo adequado para dar brilho a uma ‘ave rara’ como “Freaks” (Mayer mandou, depois de sua estréia, retirar de todas as copias o logo da MGM).

Um conto cruel que deriva ate submergir ao horror.

Retrato de nossa sociedade atual.

Temos mais medos de ser corcunda ou de ter mal caráter?

Nota 10

quarta-feira, 12 de março de 2008

Jumper



A verdade é que quando falta idéias começa a ser preocupante e já não sabem o que inventar.

Nem mais nem menos, me tele-transporto de um lugar ao outro, estou em Cuiabá e sem mais nem menos estou no Cairo, que coisa.

O ruim é que o protagonista, assim como o outro jumper parece o Papa léguas, só falta dizer Bip!Bip!, se movem tão rápido como ele, mas a ave tem mais carisma.

São perseguidos por uma seita fanática, que estão contra eles porque somente Deus pode estar em todos lugares ao mesmo tempo. Que bobagem, já que todos sabemos que podem estar somente em um lugar cada vez, mas já que vai estar, por alguma coisa em que estar os malvados.

O pior, não é que o filme seja ruim, que os atores sejam ruins, o pior é que deixam tudo preparado pra uma segunda parte, meu Deus!, acho que pensaram que teriam algum êxito com isso.

Ao assistir o filme, me tele transportei a outro mundo, porque nesse momento era difícil suportar este.

Filme medíocre.

Nota 2

segunda-feira, 10 de março de 2008

O Nevoeiro (The Mist)


Aceitem, em The Mist não haverá nada além do que já vimos em centenas de filmes de alienígenas, monstros, etc..., isso não seria de todo ruim se o filme tivesse emoção.

The Mist provem de um conto de Stephen King que não oferecia nada de original: umas pessoas presas dentro de um supermercado com uma fanática religiosa, um estranho nevoeiro e muito, muitos bichos.

O filme dirigido por Frank Darabont é lento (em ocasiões chega a ser muito cansativo) e pelo menos lhe sobra 30 minutos. Quando começa a ação em nenhum momento emociona. Tem alguns efeitos especiais bons (como os insetos) e outros ruins (como nos tentáculos). Quanto os atores, tem de tudo, mas como é de supor que em um filme como esse (se supõe que seja terror) os atores não são o mais importante, o mais importante é a historia, os sustos e a emoção, que por desgraça nenhuma dessas coisas passam do aprovado.

O final é demolidor, diria que não acostuma ver algo assim em cine pipoca, mas não combina com o resto do filme.

Um filme B que tenta ser A, pena que Darabont não conseguiu dar o melhor de si como em Um Sonho de Liberdade e A Espera de um Milagre.

Nota 5

sábado, 8 de março de 2008

Paris, Texas


Absorvente obra prima de Wenders, com uma perfeita narração ao contar essa maravilhosa e fascinante historia. Desde o primeiro momento Wenders consegue fascinar o espectador mostrando um vagabundo com aspecto de louco caminhando sem rumo fixo em pleno deserto, acompanhando a imagem , a hipnótica e inesquecível musica de Ry Cooder.

Os personagens recitam seus diálogos com serenidade, acompanhando o tom melancólico da arrebatadora historia, onde um homem renuncia a sua família para preservar a felicidade e estabilidade deles.

Paris, Texas é uma obra prima graças a quinze minutos inesquecíveis, até a metade estamos diante de um filme normal, grande fotografia e excelente trilha sonora. Mas, no momento que Travis começa a viagem com o filho para encontrar sua mãe, o filme adquire um clima indescritível. Sabemos que a explicação a tudo que sucedeu anteriormente se aproxima, mas somos incapazes de imaginar a causa do comportamento de Travis e a resposta a tudo isso Wenders nos entrega em bandeja de prata num plano seqüência que demora sair de nossa cabeça.

Quinze minutos no peep-show rodados com esse plano seqüência e com uma câmera em off para os primeiros planos de Jane. Essa cena nos ensina as conseqüências do amor, um amor de verdade porem impossível ao mesmo tempo, um amor cuja única solução
é o abandono da mulher e filho.

Por favor, não percam esse filme.

Ao principio talvez não entusiasme, alguns cairão na tentação de parar de ver-la. Mas quando ver, terá vontade de ver-la de novo. Depois ficara um tempo estremecido pelo filme, mas sobre tudo por esses quinze minutos que já forma parte da historia do cinema e que faz de um filme normal um grande filme

Nota 9

10,000 AC


Emerich é um diretor cuja carreira pode considerar excessiva. Metade megalomaníaco, metade medíocre, todos seus filmes tem característica comuns: historias simples com efeitos especiais mirabolantes, cenas de ação e uma evidente falta de sentido comum. 10,000 AC segue a risca todas as regras com fidelidade religiosa. Não tem nenhum rigor histórico, nem explicações de porque os homens pré-históricos (os da tribo do protagonista) se relaciona com masais, egípcios pré-faraônicos e umas espécies de hunos. Que ninguém questione o porque de aparecer mamutes se já estavam extintos. O filme é apenas um relato emocionante de um cara que vai resgatar sua prometida de uns tipos malvados, muito malvados.

O problema principal dos vários é que precisamente não tem emoção, nem suspense, nem tensão. As poucas vezes que adquire algo de garra é graças a musica de Harold Kloser e Thomas Wankler, discípulos de Hans Zimmer. Por outra parte os efeitos visuais, impecáveis, falha na recriação do tigre e no final do filme é risível. Sério, tinha um tempo que não ria tanto.

Mas pra que me preocupar com tais coisas, já que o filme é do mesmo que dirigiu ID4 e Godzilla, um diretor que com seu cine pretende entretenimento a qualquer preço e consegue.

Apenas um passatempo. Diria que uma obra prima estilo Street Fighter.
Nota 3.5

quinta-feira, 6 de março de 2008

Seres Estranhos (Marebito)


Marebito não pode ser comparada com outras obras de Shimizu. Só o fato que seu protagonista seja Shinya Tsukamoto, diretor de “Tetsuo” e sua seqüência, já da pra pensar sobre a experiência que teremos.

Experiência e nunca melhor dita... porque durante os 96 minutos que nos unimos a Masuoka em sua loucura, nessa que tanto deseja sentir, em seu mórbido horror e a vontade de viver na própria carne. Isso leva a recorrer os subterrâneos do metro, ate chegar as montanhas da loucura, fazendo assim uma menção muito clara a obra de Lovecraft que leva o mesmo nome se não me engano. Ali ele encontra F, uma mulher que permanece nua e acorrentada que leva a sua casa para cuidar e tentar ensinar a socializar-se. Mas F somente consome sangue e acaba arrastando Masuoka a esse campo, convertendo-o em um assassino que deseja dar tudo para sua nova mascote.

Com esse argumento original, nos mostra uma historia estranha, sempre do ponto de vista de Masuoka e com o uso de câmeras que as vezes pode nos deixar tonto, mas é necessário para entrarmos na perspectiva do protagonista. De contra o argumento fica a sensação que foi desperdiçado num filme lento e as vezes repetitivo mas que merece ver ainda que seja para cada um ter as suas conclusões. Marebito é um quebra cabeça que cada um pode montar como quiser, deixando assim que cada um tire suas próprias conclusões de um filme bem aberto.

Para aqueles que tenham paciência e vontade de algo diferente e de pensar.

O melhor: sua originalidade e capacidade de mostrar a loucura de maneira diferente/.

O pior: sua repetição e lentidão.
Nota 4

segunda-feira, 3 de março de 2008

Encantada (Enchanted)


Primeiro, creio que os adultos se deleitaram muito mais com esses filme, devido as referencias.

Um resumo justo é dizer que é perfeitamente imperfeita, é previsível mas deliciosa e recomendada e mais importante, tem a magia que faz que assistamos o filme encantados. Não esta a altura de clássicos live action como Mary Poppins mas é superior a muitas besteiras da Disney nos últimos anos como Tarzan ou Lilo e Stich.

A animação dura pouco, passa voando e é super agradável e deixa com água na boca a espera de The Princess and the Frog (que terá a a primeira princesa negra de Disney).

Todos os atores estão ótimos, inclusive Dempsey que tem um papel menos atrativo, destacando claramente Amy Adams.

A canções são pegajosas.

Quem não gosta de Disney, passe longe, mas quem quer desfrutar de duas deliciosas horas de boas interpretações, bonita trilha sonora e sobre tudo o que chamam de ‘a magia Disney’ que não a perca, porque sua ternura e aposta pelos valores universais politicamente corretos nos aproxima a Disney se sempre.

Uma homenagem da Disney para si própria e para todos nós.

Nota 9

WAZ


Ainda que não tenha muito sentido, a historia poderia ter rendido algo mais (violência das ruas, policiais corruptos, assassinatos em série, elementos suficientes para criar um produto com alguma força. Mas aqui não é o caso. Não importa o tanto que tenta emular “Seven”, porque o diretor não consegue enganar ninguém (alias, alguns serão enganados). Tudo nesse filmes se resume a filme B. Diálogos e situações absurdas e um péssimo e preguiçoso ritmo narrativo.

Os atores estão destoados em conjunto, em nenhum momento ele parecem crer nas palavras que são muitas e desnecessárias que vão vomitando durante o filme. Em certo momento ate cheguei a pensar se eles na verdade pretendiam sabotar o malfadado projeto. Espero que a conta bancaria de Stellan Skarsgard tenha engordado consideravelmente (socorro Lars Vont Trier). Depois de rebaixar a esse nível, é o mínimo que pode acontecer.

O único que poderia salvar são as escassas porem intensas cenas de tortura sádica, o que é um prêmios para os fans de Saw. Mas ainda sim, esses dez minutos de excessivo sofrimento em nenhum caso justifica ter visto um filme de duas horas de duração que desanda em quase todas partes.

Mas WAZ tem uma qualidade que não deve passar despercebida: ela é digna de desaparecer de nossa memória depois de alguns minutos de seu fim

Nota 3

domingo, 2 de março de 2008

O Som do Coração (August Rush)


É irracional, americanizada e melosa, mas encantadora.

Mistura se sonhos, destino, esperança, musica, companheirismo entre outras coisas.

Tem algumas coisa que custamos a acreditar, personagens que necessitavam um pouco mais de trabalho, mas é apenas um conto de esperança, Keri Russel faz um papel digno e Rhys Meyers não faz mal, Higmore sempre fofo.

Em tempos hostis esse filme é um presente agradável.

Nota 7