sábado, 9 de maio de 2009

Star Trek 2009


Épica, veloz, magnética, absoluta, stefhany... Essa é a perfeita descrição do novo filme de Star Trek, filme que reinventa a saga através de um pulso narrativo perfeito que não da um minuto de fôlego para o telespectador. Espectador que se vê numa armadilha de duas horas de uma autentica tour de force visual, porque se tem algo que admirar nesse filme é seu aspecto técnico, seja pela trilha sonora (magnífica, que se ajustam perfeitamente as imagens) ou pelos efeitos especiais (os melhores no panorama atual), montagem, fotografia, etc...

Uma coisa, não sou um trekkie, sempre gostei mais de ‘Star Wars’, a coisa é que à margem de tudo isso esta J.J. Abrams, que é um cara que respeito bastante apesar de ter feito ‘Cloverfield’, sabe reinventar e ressuscitar uma franquia que parecia morta e enterrada e faz bem. Um filme de aventuras de verdade, sim é ficção cientifica mas é controlada. Assim cria uma historia solida que continua e recomeça a saga.

As interpretações estão corretas, ainda que podemos destacar o Spock, Sylar consegue se desvanecer e logo esta Eric Bana que esta irreconhecível em alguns momentos, ainda que ao falar notamos ele, mas o faz bem. Os efeitos especiais sublimes e isso deveria servir de lição aos filmes que nessa época busca uma boa bilheteria. O ritmo é frenético, as duas horas passam rápido, porque alem da ação a historia se desenvolve fluidamente, igual que os personagens que vai desenvolvendo (não muito, não esperem que seja o mais realista do mundo, tendo em conta no que se baseia).

Se queremos comprar os caminhos que foram seguidos ultimamente Star Wars e Star Trek, temos que ter muito em conta, porque com esse novo inicio promete e muito. Dou boa nota porque merece, um verdadeiro filme de aventura, que tem ação, piadas, historia interessante, como nos velhos tempos.

E Leonard Nimoy é genial e a trilha sonora de Michael Giacchino também (nossa, como acompanha cada cena) que inclusive me emocionou.

Ótimo filme com ar de nostalgia.

Nota 9

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O Grupo Der Baader (Der Baader Meinhof Komplex)


O filme narra mais de uma década do RAF na Alemanha, ainda que com extensão em todo o mundo, um grupo terrorista que atuou no final dos anos 1960 e 1970. O filme conta sua origem, como surgiram numa época tumultuada, cheia de protesto estudantil, atentados, repressão policial. E sim, é terrorismo, porque violência gera violência, assim é demonstrado enquanto transcorre o filme, quando uns jovens aparentemente desocupados, ou seja, preocupados com a ‘paz’ mundial, começam executar uma série de ações. Trata de aprofundar em seus princípios e entender o processo revolucionário desses movimentos e ver seus componentes humanos.

O filme às vezes é cru e incomoda ao mostrar o comportamento de libertinagem de alguns membros da facção, o filme é um retrato das misérias desses fanáticos motivados pelo espírito de maio de 68, libertadores de uma opressão que considera intolerável.

O diretor imprime ao filme um ritmo que acelera e freia segundo o interesse e assim consegue cenas memoráveis como a manifestação contra a visita do Xá da Pérsia. Com muito dinheiro por trás e com duas horas e meia de duração, o filme é quase um documentário, peca por certo didatismo que rompe às vezes um pouco o ritmo da narração, mas são necessários para nos apresentar os fatos.

Andreas Baader é um ativista incendiário, raivoso, o típico anti-sistema que atua antes de pensar e Ulrike Meinhof é a teórica, no principio dedicada a sustentar ideologicamente o grupo e logo se entregando corpo e alma para a luta armada, ainda que tivessem que lidar com freqüência com as contradições que se produziram a força entre o espírito da teoria e a guerra anticapitalista propriamente dita.

Gostei como mostraram a gestação, evolução e ruína do grupo terrorista e as implicações que tiveram com outros grupos internacionais, mas decai na hora de mostrar a parte contraria a reação do Estado e a dos políticos alemães para deter a atividade do grupo terrorista e senti falta de certa critica na hora de mostrar o processo da repressão aos membros do grupo (sem duvida gostariam de colocar-los em camisa de força, mas os produtores não gostariam de se meter em semelhante problema)

No plano técnico sobressaem, os tiroteios, perseguições e outras cenas de ação estão magníficas, todos os atores são sensacionais, fotografia ótima, edição de arte idem e uma deliciosa trilha sonora. Definitivamente uma obra séria e rigorosa.

Nota 8,8