domingo, 13 de janeiro de 2008

O Orfanato (El Orfanato)


Com um roteiro preciso sólido como poucos principalmente nesse gênero, alternando momentos de autentico pavor com outros tão ternos onde as lagrimas são inevitáveis.

A interpretação de Belen Rueda é surpreendente, acompanhada de uma trilha musical genial, ambientações inesquecíveis e coadjuvantes da altura de Geraldine Chaplin em um papel feito a medida e no qual esta a parte mais aterradora do filme.

Recomendado para aqueles que desfrutam sentir medo, em alguns momentos terror absoluto e para aqueles de coração mole (atenção aos últimos 20 minutos, magistral demonstração de como misturar gêneros tão diferentes e nos presentear com uma obra prima).

A angustia é eterna, chegando a momentos que desejamos que termine o filme logo para acabar com essa sensação. Nos momentos de sustos e muito bons sustos, nos pegam de bote e continuamos tremendo após ou em momentos de terror crescente como na participação de Chaplin.

Quando um filme é comparado com “Os Outros” e “O Labirinto do Fauno”
Sabe-se que vem coisa boa, mas aqui é muito mais passional e talvez mais calculado já que todas as peças se encaixam e tem um significado, com pitadas de horror, tensão, drama e mistério como se fosse feita por um alquimista.

“O Orfanato” é sublime e aterrador, como há tempos não se via no cine de horror. Sem duvida a principal influencia desse filme é também a excelente “The Changeling” e alguns outros clássicos do gênero, evidentemente não é ruim recorrer aos clássicos quando se faz algo tão bom. Um diretor sem talento não conseguiria manter o clima de tensão e suspense durante todo o filme e conseguir cenas inesquecíveis como a primeira aparição de Tomas, a parte da médium e a brincadeira de esconder.

O cine de horror do momento é extremamente ruim, não se leva a serio e é dirigido a um publico adolescente ou adulto sem muita exigência ou apenas fazem remakes de filmes clássicos e os destroçam, já não encontramos filme e como o já citado “The Changeling”, “O Exorcista”, “A Profecia” e é ótimo que recorram a ela e as adaptem com talento aos tempos atuais.

Perfeita mistura de horror com contos de fada, que se transforma numa fabula inesquecível.


SPOILERS

Angustiante quando Julia descobre que seu filho desaparecido já estava morto desde o primeiro dia quando ela involuntariamente o deixa preso no sótão (a casinha de Tomas) e suicida juntando-se a ele e as outras crianças, transformando-se na clássica historia de Peter Pan.
Sobra uma cena, o tumulo no final com o marido, desnecessária.


Nota 9,5

www.peloladodeforadocinema.blogspot.com

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