terça-feira, 3 de junho de 2008

O Banheiro do Papa (El Baño del Papa)


Uruguai está localizado na América do Sul, faz fronteira com o Brasil, Argentina e tem sua costa sobre o Rio do Prata e o Oceano Atlântico. Um pai com pouco mais de 3 milhões de habitantes e a base de sua economia é a pecuária.

Como todo país de terceiro mundo realizar qualquer expressão artística e poder levar além de suas fronteiras necessita muito dinheiro, dinheiro que não é destinada a arte devido a pobreza de um país sub-desenvolvido. A qualidade dos filmes uruguaios não são das melhores, não porque não tem bons atores, produtores, etc., mas porque não contam com equipamentos de filmagem mais avançados e porque fazer cinema esta ao alcance de poucas mãos.

O Banheiro do Papa é sem duvida a demonstração de qualidade do cinema uruguaio e que os inconvenientes antes ditos já não são tão notórios. É um belo e simples filme, sem os grandes clichês dos heróis norte-americanos, aqui tem personagens adoráveis e fáceis de encontrar em qualquer país da América Latina.

Totalmente cálido e representativo porque mostra os uruguaios realmente como eles são, com suas ilusões de seguir adiante, com a esperança às vezes incoerentes e sua ingenuidade, com a alma sã e mal intencionada. É um orgulho esse filme feito com suor e lágrimas como tudo que fazemos desse lado do mundo. Verdadeira e maravilhosa que descreve a vida em qualquer povoado do Uruguai e de quase todos os paises da América do Sul.

“Como fazer para sustentar uma família sem trabalho estável, vivendo quase na indigência e sem capacidade de melhorar?”

Quando isso sucede no Uruguai, assim como poderia ser em qualquer país economicamente flutuante, no momento que o Papa vai visitar-lo, pode parecer uma luz de esperança, quando tem uma oportunidade. Essa é a pequena história de um pequeno pobre homem, que trabalha com sua bicicleta na fronteira fazendo contrabando e que tem a idéia de fazer um banheiro e alugar para os visitantes que virão ver o Papa João Paulo II quando chegue na visita programada pelo seu próprio povo lá pelo começo dos anos 80. Um povo inteiro se rende a ilusões com tal oportunidade e enquanto alguns preparam guloseimas, nosso ingênuo protagonista constrói um banheiro com as melhores das intenções. Essa complexa situação é um pretexto para mostrar uma família à beira da separação, mas pela falta de recursos que pela autêntica falta de amor. Com grande êxito mundial esse filme consegue comover pela realista dose de realidade e o toque do cotidiano, porque “O Banheiro do Papa” desarma qualquer pessoa e lhe da a afável esperança que todos nós humanos precisamos.

Fotografia memorável. A trilha te faz levitar e sentir em alguns momentos na própria pele dos personagens, mas nunca chegaremos a estar, nem a entender suas dificuldades que possam ter essa gente.
Roteiro fantástico.

Nota 10

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