quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Slumdog Millionaire



Muito se fala desse filme, ganhou muitos prêmios e isso gera expectativas no publico, mas ao assistir tudo se cumpre “Slumdog Millionaire” deixa o melhor sabor na boca da temporada com sua formula brilhante e original de expor um curioso caso e um pitoresco jovem: Jamal. Desde “Trainspotting”, não se via um Danny Boyle tão potente e inclusive diante dessa nova produção, Boyle se desculpa pela instabilidade do passado e nos oferece o melhor trabalho de sua carreira. Como é habitual, o mais atraente do filme é a formula utilizada por Boyle para dirigir, uma formula que consegue um ritmo impressionante, que não entedia, não cai, diverte e sobre tudo aporta algo ao telespectador, uma mensagem de esperança tão positiva que de imediato fica entre uma das melhores dos filmes indies da historia do cinema.

Um elenco fabuloso, a reconstrução do personagem Jamal é acertada, apresentando desde a infância, da mão de Ayush Mahesh Khedakar, não sentia uma ternura tão inesquecível com um personagem infantil desde Toto de “Cinema Paradiso”, Tanay Chheda se ocupa da pré-adolescência de Jamal e um Dev Patel sensivelmente assombroso que equilibra o personagem. Em Patel encontramos a grande revelação de ator do ano. O resto do elenco seduz com a beleza exótica de Freida Pinto (Latika).

Tecnicamente é uma das obras mais solventes, Anthony Dos Mantle (fotografia) realiza um trabalho tão genuíno como impressionante, não se via uma força vital tão potente desde “Cidade de Deus”, a edição desenha uma formula tão efetiva que compacta a perfeição das cenas e a musica é tão excitante que engrandece cada momento da trama, simplesmente genial nos quesitos técnicos e ainda mais extraordinária a idéia que está elaborada por supostos desconhecidos.

Eventualmente aparece diante de nossos olhos filmes que quase sem avisar reavivam a esperança no cinema moderno, agradáveis surpresas que alimentam de forma natural o coração de meio mundo dentro do insípido panorama cinematográfico. Slumdog obra que poderia parecer com a modesta e pouco conhecida “Millions” é uma maravilhosa odisséia espaço temporal que misturada com uma bela historia de amor fecunda um desenho desolador de uma Índia tristemente linda e pobre, uma ambigüidade que Boyle mostra num frenesi rítmico um mosaico audiovisual impressionante e virtuoso, uma jóia que explode em sua esplendorosa direção multi-ângulos.

“Slumdog Millionaire” funciona em todos os aspectos, como obra moral com uma poderosa mensagem no fundo, como uma homenagem a vida e a alegria, como um ritual sagrado ao amor e sobre tudo como um hino à perseverança.

Nota 10

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