segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quebrando Tdo (Kick Ass)


Kick Ass é uma colorida revisão dos mitos do comic desde um prisma sarcástico e irônico. E ele faz acompanhar de A a Z todos os clichês dos filmes de super heróis, desde o pária social convertido em justiceiro mascarado, aos amores impossíveis, as nêmeses que surgem quase por geração espontânea. O resultado não só engole como chuta traseiros de superproduções maiores em seu próprio território.

Vaughn veste violência estilizada e sarcástica do show, apelando ao mesmo tempo tanto à cumplicidade dos fãs de comics como ao espectador alheio do mito de super herói. Kick Ass oferece maneiras diferentes para satisfazer todos os públicos, mas pede em troco que aceitem a violência divertida que faz gala de um filme protagonizado, definitivamente, por adolescentes que estão no colégio e enfrentam assassinos impiedosos a sangue frio.

O resultado é um filme mais exigente do que parece, mas que sabe recompensar o espectador que aceitas as regras com quantidade suficiente de espetáculo e diversão. Fornece bons personagens, não saturados com ruído desnecessário e tem um senso de diversão e ousadia grotesca, como ‘Kill Bill (com seu uso humorístico de violência selvagem), não é apto para todos. Sem falar que exala verdadeiro amor aos comics de super heróis, que respeita e ama com ardor incomum.

O filme suaviza e aporta certa delicadeza em alguns momentos mais cruéis do material original, mas é sempre em favor dos personagens. Precisamente neste ultimo aspecto destaca uma das melhores cenas do filme, aquela que Hit Girl entra as escuras no lugar onde estão sendo torturados os protagonistas, que culmina de forma dramática. Vaughn combina nesse momento violência hilariante e gore, drama e comédia de forma estranha e absolutamente emocionante, e logo depois disso prolonga o desfecho da historia acrescentando mais espetáculo e risos como fogos de artifícios.

Preste atenção à interpretação de Chloe Moretz, uma das pequenas protagonistas, e sua química com um Nicolas Cage que demonstra que sabe ficar em segundo plano. Mark Strong é um dos atores mais capacitados para exercer o papel de vilão dos últimos anos e Aaron Johnson não defrauda no papel mais importante de sua vida e também Christopher Mintz-Passe. Vaughn, Mesmo que não defina totalmente seus personagens e se envolva em seus sentimentos, esforça-se no bom caminho e cria situações emotivas e simpáticas que justificam a violência irônica e o conteúdo geek do filme.

Definitivamente, o filme não é adequado para paladares antigos.

Nota 10

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