segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Ressaca (Hot tub time machine)


Este é um daqueles filmes que você não tem muito que dizer, especialmente porque eu duvido que valha a pena tentar estender umas linhas a mais em um filme cuja simplicidade não envolve mais mistério que o desfrute do disparate absurdo. Mas parecido com um grande show de comédia televisiva, esses 100 minutos de imagens são uma sucessão de idéias em vez de uma historia em sim, as idéias adornadas com muito humor negro e ácido, e em particularmente especial para a memória daqueles maravilhosos anos de 1980, especialmente para todos aqueles que tiveram alguma voz na década prodigiosa.

Sem dar muitas voltas poderíamos dizer que o filme é como o titulo original diz, tão estúpido como absurdo, e na que menos é a lógica do porque ou o sentido do como. Em suma, de uma simplicidade e leveza pateta que assusta, mas até aqui nenhuma objeção, pois, como em todas, já que da pra cobrir todo o bolo e é bem costurado, como brincadeira divertida não hesita em ignorar sua qualidade questionável como filme para elevar à categoria de filme com título fofo, algo assim dito de maneira pouco fina, um peido que gostamos de sentir o cheiro.

Deixando de lado a lógica interna do relato que não passa de uma brincadeira, e que brilha tanto por sua ausência que ao mesmo tempo nem sentimos falta, o filme apresenta uma variação da manjada viagem no tempo numa comedia sem responsabilidade de qualquer natureza, muito menos moral. Uma espécie de ‘De volta para o futuro’ pegajoso e ointentista para os acima de 30 anos. Uma historia simples, previsível e sem complicações que em nenhum momento tenta levar se levar a sério e ideal para ver em grupo, já que os protagonistas se entregam de corpo e alma e agüentam o escopo com carisma e alguns golpes.

‘Hot tub time machine’ é uma brincadeira em nome do humor, sem olhara para trás, e um pesado tributo aos 80, surpreendentemente emocionante, que não é necessariamente bem realizado ou inspirado, mas acima de tudo eficazes em convencer e que seguem os padrões visuais, narrativos e conceituais vigentes naquela época, tudo reforçado por uma excelente trilha sonora e até mesmo artistas da época, começando pelo próprio John Cusack, Crispin Glover e o mítico Chevy Chase.

O filme tira a essência da memória oitentista em pleno século 21 rematado por alguma ou outra piada escatológica, uma breve dose de reflexão amarga mas otimista sobre os amigos, o materialismo e a passagem do tempo e um escárnio para todos os amantes do cinema, no entanto, não podemos evitar um olhar doentio de cumplicidade em algum ou outro momento. Não recomendado para menores de 30 ou maiores de 40.

Nota 7

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