terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lua Nova (New Moon)



Diante da opinião que tenho sobre o primeiro capitulo da saga Crepúsculo (um dos piores filmes que vi em minha vida), parece uma impostura ou um ato de masoquismo reincidir no tema assistindo a segunda parte da saga, Lua Nova. Não obstante, esta o dever da critica em explorar ou dar uma nova oportunidade a filmes emoldurados numa saga. Pode ser que o material base (nesse caso, literário) não alcance muito, sem embargo casos como os filmes de Harry Potter tem demonstrado que a arte cinematográfica, com seus códigos diferentes da literatura, pode oferecer produtos desnaturados e frios, sim, porém, também algo notável.


A dúvida em torno de Lua Nova fica presente. Será que podem realizar com o material, um filme no mínimo decente? A resposta a essa questão esta no primeiro plano oferecido, desde a primeira frase em off. Essa resposta é um firme e soberano não.

Dissipada essa questão, somente resta tentar realizar uma analise mais fria possível sobre o que nos oferece. A palavra tentar não é gratuita, já que realmente é complicado discernir se estamos assistindo uma tremenda piada ou se os realizadores estão verdadeiramente convencido que seu atentado cinematográfico ao bom gosto esta sendo levado a cabo, da melhor maneira possível.

Claro que poderiam argumentar que Lua Nova, não engana ninguém e nem pretende. A diferença esta em discernir, o que se entende por honestidade. Se quiserem ganhar dinheiro da forma mais rápida, fácil e vulgar, então sim, estamos diante do paradigma da honestidade. Agora bem, se o que pretende é dizer que pretende capturar o ideal romântico adolescente, então, deveriam abrir um debate sobre o que realmente é romantismo.

Evidentemente o amor, a sensibilidade, não é uma ciência exata. Não existe um marco cientifico que defina como alguém deve sentir diante dessas questões e muito menos, tratar de impor um modelo publico adolescente no qual esta dirigido descaradamente o filme. Precisamente, ai esta radicada a falta mais grave cometida, tentar impor sobre o que supostamente seja o amor com o conseqüente prejuízo e desprezo pela inteligência e sensibilidade dos outros.

Poderia falar sobre confusão, erro de referencia, mas a repetição ao longo do filme dos mesmos tipos de frases e atitudes nos traz a idéia de uma intenção a priori. Vejamos um simples exemplo: “Você me da tudo com o ar que respira”. Uma frase logicamente bonita e sensível, que poderia funcionar perfeitamente num drama amoroso como Romeu e Julieta (obra que em vão é tomada como referência). Agora bem, que sentindo tem expressar-la no marco de uma conversa banal? Pretendem que assim consigamos entender a sensibilidade de um vampiro? Para que então serviu o primeiro filme? O resultado é que, longe de emocionante, a frase torna-se, como o tom geral do filme, uma espécie de banalização do sensível, uma forma de degradação, corrompendo e mesmo pervertendo o próprio conceito do amor, reduzindo-se ao nível de um romance de Danielle Steel.

Mas como, não só de palavras vive um cineasta, não duvidam em orquestrar todo um sistema visual em torno de sua busca pela beleza que resulta numa composição kitsch indigesto baseado num conjunto simplista de iluminação e cores que tentam sem sucesso refletir o estado anímico dos personagens. Alem do fatos que os protagonistas acabam por serem meras figuras de passarela numa luta feroz para ver quem é mais atraente. Nada melhor que um desfile contínuo de torsos nus e abdominais marcados, com singulares e ridículos takes em slow motion para mostrar que por trás do macho alfa também existe um coração.

No entanto, existe algo realmente positivo em Lua Nova, e é sem querer, tornar-se o primeiro filme totalmente interativo com a platéia. Se o que acontece na tela não importa ou simplesmente entedia (nada estranho, devido o argumento) temos que prestar atenção na platéia para termos uma diversão absoluta. Gritos e suspiros, desesperada admiração, lipotimias fingidas.

Essa é a magia do cinema, conseguir que um dos piores filmes, transcenda a tela, como uma versão perversa de A Rosa Púrpura do Cairo, para receber o milagre de se tornar um verdadeiro espetáculo, transformando o silêncio da sala de cinema em pouco menos que uma orgástica revolução hormonal. Isso sim, a vergonha não esta, nem se espera, apenas se assoma em sua forma mais cruel, a vergonha alheia.


Nota 1 (pelo abdômen do Taylor Lautner)

3 comentários:

BRENNO BEZERRA disse...

Não entendo esse fanatismo todo, é só um casal bonito (sem química) e nenhuma história.

Unknown disse...

O Que!,,Saga Crepusculo,é a melhor estoria De romance ja feiita!

Naum só pelo fato de Ser uma casal Bonito,mas sim pelas diferencias entre os casais!^^Amoo!E até Agora naum perddi nem um Capiitalo!

Tenho Todos Os livreoS!

Rosalee disse...

Difícil de engolir e pior ainda digerir. Assisti ao primeiro da saga por insistência da minha sobrinha e perdi quase duas horas da minha vida por absolutamente NADA.