segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Distrito 9 (District 9)


Duvido muito que o jovem Neill Blomkamp com somente 29 anos, chegava a sonhar com “Distrito 9” quando quebrava a cabeça realizando efeitos especiais para series como Smalville e Stargate SG-1. Mesmo não podendo mostrar sua genialidade nessas series, podíamos ver um esboço de talento, ao menos nos efeitos, na famosa campanha do Citroen C4 robótico. Todos dão um exemplo que como podemos mesclar criações digitais em ambientes reais.

Sua carreira avançava pouco a pouco, quando em 2007 realizou a trilogia de curta de Halo, o famoso jogo eletrônico, chegando a ganhar um premio no Cannes Lions de 2008. Então apareceu Peter Jackson com o mesmo sonho de Blomkamp, realizar o live action de Halo.

Trabalhou duro nisso, mas os problemas com as distribuidoras e com a Microsoft, dona dos direitos de Halo, fizeram Peter Jackson desistir de seu tão esperado filme. Mas o sonho de Blomkamp não havia terminado, entre encontros dói vendendo uma idéia que ele tinha tido anos atrás. Em 2005, Blomkamp havia dirigido e feito os efeitos digitais de um curta chamado Alive in Joburg, um documentário falso sobre refugiados extraterrestres em Johannesburgo. A idéia lembrava velhos filmes como Alien Nation, mas Peter Jackson sentiu interessado pelas grandes possibilidades que a idéia oferecia.

E por fim, temos “Distrito 9” disponível. Gerou grandes esperanças e a campanha de marketing viral tem sido esplêndida, fazendo que campanhas milionárias sejam sucumbidas ao bom e velho boca a boca.

Apesar de tudo que já foi dito, o melhor é que o filme é magnífico. Longe de todos os clichês de ficção cientifica e um roteiro mais coerente. Um filme que alem de entreter, aprofunda nos males endêmicos da raça humana, já que, depois de vinte anos na Terra, os extraterrestres se humanizaram e isso torna a dor muito mais evidente pelo tratamento que recebem. Algumas cenas de ação chegam a ser muito pesada em alguns momentos, mas a qualidade final alivia o fardo.


Neill Blomkamp esta magnífico na direção. O toque documental ficou ideal no filme, sem pesar ou irritar os movimentos da câmera. Considero um grande acerto, que quando não seja oportuno, Neill muda de plano para mostrar a seqüência desde uma melhor posição, sem estar atado ao tipo que leva a câmera no ombro, graças a isso, o momento que o filme deixar de ser um falso documental é quase inócuo.

Os atores são desconhecidos e estão perfeitos. É surpreendente a atuação de Jason Cope, o desenvolvimento de seu personagem através do filme é sensacional, passando de uma antipatia inicial ate a pena no final.

Por isso é um filme que será cultuado, filme que revitaliza e engrandece a ficção cientifica.

Fazia anos que não via um sonho se tornar realidade, por fim.

Nota 10

Um comentário:

BRENNO BEZERRA disse...

Muito elogiado pelo mundo afora, estou aguardando