sexta-feira, 1 de maio de 2009

O Grupo Der Baader (Der Baader Meinhof Komplex)


O filme narra mais de uma década do RAF na Alemanha, ainda que com extensão em todo o mundo, um grupo terrorista que atuou no final dos anos 1960 e 1970. O filme conta sua origem, como surgiram numa época tumultuada, cheia de protesto estudantil, atentados, repressão policial. E sim, é terrorismo, porque violência gera violência, assim é demonstrado enquanto transcorre o filme, quando uns jovens aparentemente desocupados, ou seja, preocupados com a ‘paz’ mundial, começam executar uma série de ações. Trata de aprofundar em seus princípios e entender o processo revolucionário desses movimentos e ver seus componentes humanos.

O filme às vezes é cru e incomoda ao mostrar o comportamento de libertinagem de alguns membros da facção, o filme é um retrato das misérias desses fanáticos motivados pelo espírito de maio de 68, libertadores de uma opressão que considera intolerável.

O diretor imprime ao filme um ritmo que acelera e freia segundo o interesse e assim consegue cenas memoráveis como a manifestação contra a visita do Xá da Pérsia. Com muito dinheiro por trás e com duas horas e meia de duração, o filme é quase um documentário, peca por certo didatismo que rompe às vezes um pouco o ritmo da narração, mas são necessários para nos apresentar os fatos.

Andreas Baader é um ativista incendiário, raivoso, o típico anti-sistema que atua antes de pensar e Ulrike Meinhof é a teórica, no principio dedicada a sustentar ideologicamente o grupo e logo se entregando corpo e alma para a luta armada, ainda que tivessem que lidar com freqüência com as contradições que se produziram a força entre o espírito da teoria e a guerra anticapitalista propriamente dita.

Gostei como mostraram a gestação, evolução e ruína do grupo terrorista e as implicações que tiveram com outros grupos internacionais, mas decai na hora de mostrar a parte contraria a reação do Estado e a dos políticos alemães para deter a atividade do grupo terrorista e senti falta de certa critica na hora de mostrar o processo da repressão aos membros do grupo (sem duvida gostariam de colocar-los em camisa de força, mas os produtores não gostariam de se meter em semelhante problema)

No plano técnico sobressaem, os tiroteios, perseguições e outras cenas de ação estão magníficas, todos os atores são sensacionais, fotografia ótima, edição de arte idem e uma deliciosa trilha sonora. Definitivamente uma obra séria e rigorosa.

Nota 8,8

Um comentário:

BRENNO BEZERRA disse...

EU FIZ AS PREVISÕES BASEADAS NOS PRINCIPAIS SITES DO GÊNERO.

OK?

ABRAÇOS