domingo, 15 de março de 2009

Mártires (Martyrs)


Se o cinema é o reflexo da sociedade, não tenho duvida que a saudosa e progressista França esta afundada numa crise de valores e uma decadência moral que custara muito tempo sair.

O reflexo mais claro é que a síndrome Aja segue fazendo danos, muitos danos. Não é pela falta de qualidade do diretor, é uma questão da falta de talento de uma legião de imitadores que se apresentam como supostos diretores de cinema e que enquanto se reivindicam como herdeiros de um estilo determinado de fazer cinema, não se dão conta que na realidade estão mendigando migalhas de um possível sucesso comercial.

Esse filme é claramente um exemplo paradigmático dessa situação, um filme rodado as pressas, como se cada plano fosse uma nova forma de fazer cinema e que pretende fazer ao sofrido espectador que sua violência crua e brutal seja uma forma veicular, como qualquer outra de fazer chegar uma mensagem supostamente profunda e transcendente.

No caso que se apresenta não saberia se pretende denunciar o uso da violência ou criticar novas formas de fundamentalismo religioso que assola nossa sociedade. Porém a questão fundamental é que nada disso importa, já que o filme nunca consegue transcender alem da expectativa que gera ver o nível de bobagens e depravações na tela poderia chegar mais alem, sim, existem limites na barbárie cinematográfica.

Tudo devido à uma filmagem desajeitada, cheia de exageros e reviravoltas ridículas do roteiro que transita entre a obviedade mais corriqueira e a incoerência mais escandalosa, e que, o responsável desse ultraje acredita que por trás do que filmava havia uma trama que sustentaria em base de sua transcendência, quando o único que aparece, são pretextos banais que não podem justificar em nenhuma parte do filme.


A questão é: que se o diretor acha que os telespectadores são otários ou ele realmente acredita no que esta fazendo? Mas independente da resposta sabemos que em ambos os casos, o responsável por esse filme é alguém incapacitado de fazer cinema ou mesmo que seja um esperto querendo enganar as pessoas pela sua inegável falta de talento.


Mas o pior de tudo é que os defensores desse ultraje cinematográfico, dirão que é um filme extremista, doente, revolucionário, demente, incrível, brutal, contundente e mais uma dúzia de besteiras, quando o que prevalece é violência e gore gratuito e a vontade de surpreender o espectador diante de truques nefastos e irrisórios. Segundo ele é provocação, sim, claro que o cine pode ser provocação, mas a provocação entendida como um tema que deixa uma mensagem sobre o que debater posteriormente, quando termina o filme, a provocação é um acumulo de seqüências que pretende ser desagradáveis mas não lembra em nada as seqüência das grandes obras do cinema.

O que salva no filme é a maquiagem por isso tem essa nota.


Nota 1

3 comentários:

BRENNO BEZERRA disse...

tem um meme pra ti no meu blog

Peter Cera disse...

e o que seria isso?

Unknown disse...

O filme quase nem mostra gore, a camera se afasta nos momentos mais extremos. Na verdade achei que o diretor poupou o espectador e eu mesmo nem teria aguentado ver até o fim.

Achei um revenge/torture eficiente e bem realizado, não sei porque chamaria de revolucionario, esse tipo de filme vem sendo feito a décadas por americanos e italianos. Bem, minha opinião.